segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

NOVA ESCOLA ORGANIZAÇÃO AGRUPAMENTO DOS ALUNOS AGITADOS

3. Agrupar os mais agitados com outros mais calmos e os mais tímidos com os extrovertidos é um bom critério?


Silvia Helena Rocha Barroso, Fortaleza, CE

Não. Ao definir as equipes, é importante garantir a máxima circulação de conhecimentos e informações. Quando se utilizam critérios como esse, não se configura necessariamente uma boa situação de trabalho. "As características pessoais podem facilitar o debate e a discussão, mas o mais importante é que as equipes sejam produtivas do ponto de vista dos conteúdos que você pretende ensinar", explica Camilla Schiavo Ritzmann, coordenadora pedagógica da Escola Santo Inácio, em São Paulo.



Todas as interações pressupõem um empenho para que o bom relacionamento prevaleça. É papel também do professor garantir que isso aconteça, criando condições para a colaboração e evitando que uns se calem ou obedeçam, enquanto outros dominam o trabalho. "De modo geral, ninguém é o tempo todo calmo, agitado, tímido ou extrovertido. Um jovem que tenha mais facilidade em Matemática tende a ser mais participativo nas aulas dessa disciplina e menos nas de outra em que não se saia tão bem", ressalta Juliana Pacheco Neto, mestranda em Metodologia do Ensino e Educação na USP e que tem nos agrupamentos um dos focos de seus estudos.



Atenta a isso, Ana Cristina Marotto, que leciona Matemática para o 4º ano no Colégio Equipe, em São Paulo, não usa as características pessoais dos alunos como critério principal para formar grupos. Em uma atividade cujo objetivo era a resolução de problemas, ela se certificou primeiro de que os quatro integrantes da equipe tivessem habilidades matemáticas distintas, verificadas durante a atividade de diagnóstico. "Só depois de garantir isso, procurei levar em conta a afinidade entre eles. O relacionamento nunca foi um empecilho para que solucionassem as questões propostas."

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