segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

NOVA ESCOLA ORGANIZAÇÃO 11

11. As crianças da Educação Infantil são muito dispersas, o que dificulta o agrupamento delas. Existem atividades específicas para essa fase?


Alessandra Neroni Riul, Franca, SP

As crianças aprendem a se concentrar em uma só atividade quando ficam mais tempo fazendo aquilo em que estão interessadas e têm acesso a temas instigantes e adequados para a faixa etária delas. "A dispersão não é só uma questão de maturação biológica. É também de aprendizagem", explica Maria Virgínia Gastaldi, formadora de professores do Instituto Avisa Lá, em São Paulo. "Trabalhar em grupo é a melhor forma de aprender a trabalhar dessa forma."



A organização do espaço é um meio de favorecer esses agrupamentos. Em vez de manter a sala com carteiras enfileiradas, é mais adequado montar ambientes diversos e voltados a uma quantidade menor de crianças nos chamados cantos de aprendizagem.



São exemplos os cantos de leitura, de jogos no computador, de faz-de-conta, de consultório médico, de supermercado, de escritório e de salão de cabeleireiro. Dessa maneira, eles se reúnem por interesses, preferências e gostos, ao mesmo tempo em que aprendem a lidar com conflitos. Assim, têm a oportunidade de desenvolver o relacionamento interpessoal sem o controle direto do professor, a quem cabe selecionar e organizar os materiais, como fantasias e objetos diversos, para contribuir no enriquecimento dos papéis de faz-de-conta, demonstrar as regras das brincadeiras e ajudar quando uma criança não consegue, por exemplo, resolver um jogo de encaixe sozinha ou com a ajuda dos amigos.



Diferentemente do que ocorre com os maiores, os pequenos da creche e da pré-escola precisam de espaço para mostrar suas vontades, pois é esse o momento de começar a desenvolver a identidade e a autonomia. Por isso, nessa fase, é importante que eles sejam levados a variar as atividades praticadas e a buscar novos desafios. Por exemplo, experimentando um novo canto. "O ideal é que o professor não regule tão estritamente o ritmo das atividades. As crianças sempre fazem suas escolhas respeitando as opções planejadas e as condições estipuladas", argumenta Maria Virgínia.

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